Após três décadas, Sarah Brightman retorna aos musicais como Norma Desmond em ‘Sunset Boulevard’

Foto por Daniel Boud - Sarah Brightman em Sunset Boulevard no Princess Theatre em Melbourne

Sarah Brightman, diva inspiração de Andrew Lloyd Webber, compositor de musicais premiados e conhecidos do público como ‘O Fantasma da Ópera’, ‘Cats’ e ‘Jesus Cristo Super Star’, estreou na última semana no papel de Norma Desmond no musical que também foi adaptado por Webber – ‘Sunset Boulevard’, na Ópera Austrália.
O enredo é simples. Sem sorte, o roteirista Joe Gillis (Tim Draxl) está desesperado por uma folga nos estúdios da Paramount. Um encontro acidental com a estrela desbotada Norma o leva a se mudar para sua mansão em ruínas na Sunset Boulevard, supervisionada por um misterioso servo, Max (Robert Grubb). Joe está lá aparentemente para ajudá-la a transformar um tratamento exagerado da história de Salomé em um roteiro viável, mas ele logo se torna uma espécie de homem mantido. Sua relação de trabalho com uma jovem escritora, Betty Schaefer (Ashleigh Rubenach), se desenvolve em algo mais, mas a ilusão cada vez mais desesperada e o ego insaciável de Norma ameaçam engolir a felicidade incipiente do casal. Tudo termina em tragédia e melodrama, com tiros disparados, corpo flutuando na piscina, lágrimas e holofotes antes de dormir.
Por mais de três décadas se dedicando exclusivamente aos álbuns e turnês internacionais, Brightman retorna aos musicais em um papel importante e consagrado por atrizes, cantoras como Patti Lupone e Gleen Close.
‘Acho que levei um bom tempo para entender que poderia fazer o papel. Sou uma cantora com uma carreira internacional e sou dedicada a este tipo de trabalho há muitos anos. Instintivamente, olhando para a minha própria vida, senti que agora poderia trazer algo diferente e real para o papel’, comentou Sarah Brightman em entrevista ao Theatre Matters.
Ainda durante a entrevista, Sarah revelou que se sentiu à vontade com a personagem, pois, muitas linhas da composição de Webber na criação da personagem, foram pensadas originalmente com base em sua própria voz.
‘Devo dizer que meu ex-marido me disse que muito disso estava escrito na minha voz, pois na época ele estava compondo para muitos projetos e claro, alguns deles acabaram se encaixando em peças diferentes. Então, às vezes quando estou cantando, sinto que minha voz já está nela, o que tem sido interessante’.
Apesar de seu conforto, o papel escrito por Andrew Lloyd Webber acabou exigindo cantores com capacidade vocais distintas das tradicionalmente demonstradas por Sarah, que é uma soprano.
Norma Desmond, geralmente, é feita por Mezzo Soprano (voz feminina média) e até Contralto (voz feminina grave).
‘Pensei que a atuação seria um grande desafio, contudo, percebi que esta parte foi uma das mais fáceis para mim. Acho que a parte que tive que realmente trabalhar foi com relação aos vocais porque sou naturalmente uma soprano (Voz feminina aguda) e então tive que encontrar uma maneira de me encaixar, já que o papel tem sido executado por mulheres com vozes diferentes’, comentou Sarah.